a

Estação da Luz. São Paulo, novembre  2007. Foto: Joan Navarro

[PAULO MOURA

 

 

 

Querida

Estimada

Querida

 

 

Andrômeda

Andròmeda

Andrómeda

 

 

 

 

 

Querida

você tem razão,

isso aqui acaba sendo

um exercício escolástico,

 

às vezes a gente até sabe

que está errado,

 

mas ainda assim

vamos discutendo

pelo gosto

 

de discutir.

 

 

Andrômeda

Os olhos ariscos tudo dizem

mas o seu luz-dizer

é sempre entrecortado

pela estridência surda

de buracos negros

 

Apenas silêncios, olhares

e asteróides sobrevivem

ao frio galáctico-asséptico

do não querer constatar

 

O som não se propaga no vácuo

 

 

Paulo Moura, Realeza, 1975. É poeta, advogado e mestre em Direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da Universidade de São Paulo. Tem poemas publicados pela revista FNX da Academia de Letras da referida faculdade.

 

Ŵ

 

Estimada

tens raó,

això acaba sent

un exercici escolàstic,

 

de vegades la gent sap fins i tot

que està equivocada,

 

però així i tot

seguim discutint

pel gust

 

de discutir.

 

 

Andròmeda

Els ulls esquerps ho diuen tot

però el seu llum-dir

és sempre interromput

per l’estridència sorda

de forats negres

 

Només silencis, mirades

i asteroides sobreviuen

al fred galàctic i asèptic

del no voler verificar

 

El so no es propaga en el buit

 

 

Paulo Moura, Realeza, 1975. És poeta, advocat i màster en Dret per la Facultat de Dret del Largo de São Francisco de la Universitat de São Paulo. Té poemes publicats a la revista FNX de l’Acadèmia de Lletres de l’esmentada facultat.

 

[Traducció de Joan Navarro

 

Ŵ

 

Querida

tienes razón,

esto acaba siendo

un ejercicio escolástico,

 

a veces uno sabe incluso

que está equivocado,

 

pero asimismo

vamos discutiendo

por el solo gusto

 

de discutir.

 

 

Andrómeda

Los ojos ariscos lo dicen todo

pero su luz-decir

es siempre entrecortado

por la estridencia sorda

de agujeros negros

 

Silencios nomás, miradas

y asteroides sobreviven

al frío galáctico-aséptico

del no querer comprobar

 

El sonido no se propaga en el vacío

 

 

Paulo Moura, Realeza, 1975. Es poeta, abogado y master en Derecho por la Facultad de Derecho del Largo de São Francisco de la Universidad de São Paulo. Tiene poemas publicados en la revista FNX de la Academia de Letras de la citada facultad.

 

[Traducció de Fábio Aristimunho i Alfredo Fressia

 

Ŵ

 

< >

| entrada | Llibre del Tigre | sèrieAlfa | varia | Berliner Mauer |