Penélope chega a Martinica o lugar do corpo e da terra um tremor constante que reverbera das profundezas transpirando sons e vibrações um manto espesso e permanentemente ativo que de uma forma ou de outra vai lentamente nos cobrir/ meu amante se foi as botas dele não estão mais na minha porta ele partiu de madrugada enquanto eu dormia senti ele ir/ não verei o oceano nenhum navio o trará para casa novamente/ duas matérias vivas e em comunhão perfeita ou imperfeita passiva ou conflituosa delicada ou agreste e em constante mutação/ eu sei que aquele foi meu último beijo agora sem o ritmo dele danço sozinha enquanto vejo o oceano/ já não haverá mais retorno

 

  

[Evelyn Blaut-Fernandes, As Dezenove Regras Do Romance Policial, Createspace, 2015.]

 

 

 

 

 

 

 

 

Penélope arriba a la Martinica l’indret del cos i de la terra un tremolor constant que reverbera de les profunditats transpirant sons i vibracions un mantell espès i permanentment actiu que d’una forma o d’una altra lentament ens cobrirà/ el meu amant se’n va anar les seves botes ja no són a la meva porta se’n va anar de matinada mentre jo dormia vaig sentir que se n’anava/ no veuré l’oceà cap vaixell el portarà a casa de bell nou/ dues matèries vives i en comunió perfecta o imperfecta passiva o conflictiva delicada o agrest i en constant mutació/ sé que aquell fou el meu darrer bes ara sense el seu ritme ballo sola mentre veig l’oceà/ ja no hi haurà cap retorn més

 

[Traducció de Joan Navarro]

 

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