Como a floresta secular, sombria,
Vírgem do passo humano e do machado,
ande apenas, horrendo, ecoa obrado
Do tigre, e cuja agreste ramaria

Não atravessa nunca a luz do dia,
Assim também, da luz do amor privado,
Tinhas o coração ermo e fechado,
Como a floresta secular, sombría...

Hoje, entre os ramos, a canção sonora
Soltam festivamente os passarinhos.
Tinge o cimo das árvores a aurora...

Palpitam flores, estremecem ninhos...
E o sol do amor, que nao entrava outrora,
Entra dourando a areia dos caminhos.

                                                              [
Olavo Bilac]

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