[Eduardo Sterzi]
Fuga de
Bizâncio / [Fuga de Bizanci]
Que valor tinham
para ele a Arte e a Virtude
em
confronto com as vantagens oferecidas pelo Caos?
Tu navegas
porque tens de navegar.
Piscivagos oceanos - Dânae:
chuva dourada te fecunda;
visitamos a basílica mas não vimos o Pala D'Oro.
Perros de mierda! Eles eram tua guarda,
filha espúria da palavra.
Nós não vimos o Pala D'Oro;
não vimos o Pala D'Oro nem vestígios da palavra.
- What tell'st thou me of robbing?...
This is Venice.
Tente navegar. Tens de navegar:
furibundas, sobre as ondas, sombras sólidas;
humanas formas desprendendo-se das pedras
(tal qual Pérgamo, fúria petrográfica museificada em Berlim).
San Michele, necrópole:
São Teodoro foi-se embora da cidade (828 d.C., contrabando
em ossos da palavra); foi-se embora, foi-se embora da cidade.
Alvorada para os
albaneses,
descendentes de cruzados mendigando
em Santa Croce, incircuncisos
para o incrocio del sublime:
die fürchterliche
Bühne Wirklichkeit,
cancro necrosado num turístico recanto.
Tens de navegar. Tente navegar.
Calle del Remedio,
forse così:
il frenetico Signore Alberto,
errante como um cão vadio, mastiga a fécula do silêncio -
esponja seqüestrando a madrugada. Entra num restaurante
grego, aberto toda a noite, varejando, pede um prato ou dois
mas não tem fome: quem dirá da redenção do século?
Quem dirá da perdição dos dias?
Sempre quaresma, quase sempre fevereiro.
Fevereiro e
madrugada: sob os passos, outros passos perpassaram -
saberiam da repercussão das algas? saberiam da vazão
dos dias?
Mero funcionário do Absoluto, mãos no
bolso
do oceano (janelas mouras nos canais. Degraus de mármore
de uma igreja descem até a superfície d'água. De cócoras,
um mendigo estende o chapéu, lamentando-se de sua penúria,
mostrando o branco dos olhos - como se fosse cego), velho e
sifilítico, quer passar - mas não passa - sua língua
nas paredes amarelas, quer fazer-se amante
da perdida arquitetura. Ser-se o porto da cidade, sua praia,
sua vazão ferroviária.
Quer sonhá-la nos seus dias de batalha
(mas não pode: já não sonha, não batalha). Palafita
sobre o pávido relógio d'água - não corrente, mas salobre,
insalubre. Tempo fétido, potável: eternullité.
Venezia-Mestre
Venezia-Santa Lucia
Comércio de passados navegáveis:
em cada pedra vive a sombra de Perseu,
impenitente, despenhado arcanjo.
Nem secreto excrementos, sacramentos,
nem persigo a beleza da cidade.
Tu navegas
porque tens de navegar.
Tente navegar, tente
navegar.
(Fêmina pujante,
civilização:
odi quest'elegia tutta fatta
d'improperi!)
Cúpulas gemem sob as águas quietas.
Quero carregar no bolso, como um talismã,
a luz mortiça dessa lua sangrenta,
semibovemque virum semivirumque bovem.
Entramos no palácio pela porta
dos fundos, labirinto - motus animi continuus:
C'è
la nebbia che ci cancella.
- Sempre
viveu assim.
(Morreu assim.)
- Também do ponto de vista pessoal a Arte é uma vida mais intensa.
- A travessia será breve. Oxalá fosse para sempre.
- ... clandestinas e perversas aventuras nas águas noturnas,
e ainda mais à própria morte, a féretros, a enterros sombrios,
ao silêncio da última viagem.
- Quem morrerá primeiro?
- Frágil tão frágil... não viverá por muito lempo.
- Apenas uma medida preventiva,
cavalheiro.
(Navegas porque tens de navegar.)
Nus, eu e tu, Salomé, recostados no sofá. Hei de acariciar as tuas veias
varicosas, palmilhar o beco, recordar o beco, ecoar o beco na neblina da
matéria: rebentar
nas praças da cidade, jacular na praça, como a praça
nos compraz. Porque tens de navegar.
Fecundamos de memória
cada pedra, cada sótão sem telhado. O cheiro grave da maré
noturna perverteu nossas conversas. Sentamos à escada,
no segundo ou terceiro degrau (de cima para baixo) e,
memoriosos, duvidamos da mentira dessa vida. Habitaríamos
aquelas pedras, num futuro inexistente (como hão de ser
todos os tempos) - organismos microscópicos
resistindo contra o cosmos. Partilhamos, como em banquete,
a retenção marinha. Proclamamos, em fanfarras triunfais,
nossa nova, biológica existência intestina.
The unpurged images of day recede. Night resonance recedes.
Then I call it death-in-life and life-in-death.
(Se nascemos depois da catástrofe.)
Perdoamos a vazão da aurora, penitenciamos o crepúsculo.
Noi parliamo della vita riconvulsa. (Depressa, por favor...
É tarde! Tadzio está morto.)
Mein Erwählter,
peregrino tradutor de pedras e poemas:
dans ses pierres écroulantes la forme précise de Byzance.
(Tendrá, tal vez., la forma exacta de la decadencia
que llamamos Occidente. Sobre a pilastra
de São Marcos já não pousa
nenhuma fénix.)
Je vivais a l'époque où finissaient les rois.
Sombras e ruínas,
anônimos pelos quartos
dividindo travesseiros,
travessias: Grand Hôtel du Abîme -
Infini, montre un peu tes papiers!
Tive dificuldade para
respirar,
como se os brônquios se perdessem
num saco pardo de papelão.
(Era uma cidade muito
antiga,
nós éramos jovens,
e nada ali era simples.)
Bolinamos o colapso,
celebramos a sobrevivência.
Mínimos apocalipses,
eclipses parciais.
Pompa e júbilo para os fantasmas do crepúsculo.
(Tens de navegar,
tente navegar.)
Jamais conheceremos
decadência e queda de qualquer império.
Jamais conheceremos
qualquer império sobre a terra.
Nem reinos nem ruínas.
Jamais conheceremos
o fogo ingênuo da destruição,
labaredas que percorrem
a cidade como cães.
Cadelas cancerosas trazem
mendigos nus às tetas.
Pela cidade fictícia
não caminharemos (somos feitos à semelhança do medo).
Lingue varie, lingue orribile:
quem dirá das suas vidas? "Um café?" "Quantas vidas?"
Quantos anos passaram? Quantos anos
passarão? Quem, sepulto na ampulheta, viu seu tempo
vinculado aos grãos de areia, cada célula
devotada ao sacrifício, pelos séculos e sexos travestíveis,
de medir-se pelo estreito orifício da ampulheta
(Bósforo, Mármara, Dardanelos).
És do tamanho de ti mesmo, já não tens
preço:
eu sou tempo.
Eu sou tempo.
EU SOU TEMPO.
Conheces outras cidades, caminhas
sempre à sombra dos meus passos, já estás cansado
(quanto custa uma passagem? quem paga?
Eu já não sei mais, talvez soubesses,
eu não te disse? Quanto tempo... Quanto tempo?),
sim,
tão bem conheces: vilas ou metrópoles,
não importa, contanto que
se meçam pela altura do meu canto;
outra cidade com seu próprio canto
mítico e suas muitas ambulâncias,
sereias de um novo encanto:
quem me chama, são tantas, já não ouço;
por que ainda cantam? Ainda cantam?
(Mas quem de Tróia retornara
já seguiu adiante, milito antes,
muito antes.
E, se não descansa, siderado há de ir a
novas terras
mais uma vez refutará seu
fantasmático invite.)
Anacrônicas amantes
do que há por trás do labirinto:
quem dirá, de ouvir seu canto, quanto desespero foi preciso?
Mesmo que já não possas - última sobrevivente -
mísero te predico:
cante em prosa.
Ao pélago fuliginoso rogarei desgraças:
que me esculpa um fado épico:
melhor figura se faria nessas festas,
entre copos de mentira e conversas.
Reivindica, amiga, teu pedaço de
miséria.
(Zaubrisches
Rosengewölk? Schwärzlicher Fliegenschwarm...)
- Aqueles dentre vós...
(Dois cafés mais tarde, meia Sachertorte:)
- É bem possível que,
no dia do Juízo,
tal tonalidade se esparrame pelo céu e
pela terra.
Venezia-Mestre
Venezia-Santa Lucia
Tu
navegas
porque tens de navegar.
Tente navegar, tente
navegar.
Tu navegas porque
tens de navegar.
Tente navegar, tente navegar.
"Nesta cidade, não conheço ninguém."
Viemos para enterrar os mortos.
Não há mais mortos insepultos?
De que perda somos parte?
Que perda nos pertence?
Maré montante
Lua minguante
Maré vazante
Lua crescente
Porque tens de navegar.
- Qualquer
movimento
ao longo de tima superfície plana
que não seja ditado pela necessidade
física...
seja a construção de um império ou uma
viagem turística...
- A queda de Stalingrado foi o fim da Europa.
Púrpura e dourado
Púrpura e dourado
Quem sabe espelhos pelos tetos,
violinos pelas calles,
outras coisas vulgares para estimular
o fluxo de turistas? Quem sabe um pôr-do-sol
emoldurado?
Púrpura e dourado
Púrpura e dourado
Tu navegas
Porque tens de navegar.
Tens de navegar. Tente navegar.
Perque tens de navegar.
“2 de agosto. A
Alemanha declarou guerra à Rússia.
De tarde, fui nadar.”
[Prosa. IEL/CORAG, Porto
Alegre, 2001 ISBN 85-7063-244-4]
Ì£
[Fuga de Bizanci]
Quin valor
tindrien per ell l'Art i la Virtut
en
confrontació amb els avantatges oferits pel Caos?
Navegues
perquè has de navegar.
Piscívacus oceans - Dànae:
pluja daurada et fecunda;
visitem la basílica però no vam veure la Pala D'Oro.
Perros de mierda! Ells eren la teua guarda,
filla espúria de la paraula.
No vam veure la Pala D'Oro;
no vam veure la Pala D'Oro ni els vestigis de la paraula.
- What tell'st thou me of
robbing?...
This is Venice.
Intenta navegar. Has de navegar:
furibundes, sobre les ones, ombres sòlides;
humanes formes desprenent-se de les pedres
(tal com Pèrgam, fúria petrogràfica museïficada a Berlín).
San Michele, necròpolis:
Sant Teodor se'n va anar de la ciutat (828 d.C., contraban
d'ossos de la paraula); se'n va anar, se'n va anar de la ciutat.
Alba
per als albanesos,
descendents de croats mendicant
en Santa Croce, incircumcisos
per a l'incrocio del sublime:
die fürchterliche Bühne
Wirklichkeit;
càncer necrosat en un turístic
racó.
Has de navegar. Intenta navegar.
Calle
del Remedio, forse così:
il frenetico Signore Alberto,
errant com un gos gandul, mastega la fècula del silenci -
esponja que segresta la matinada. Entra en un restaurant
grec, obert tota la nit, com una moscarda, demana un plat o dos
però no té fam: què dirà de la redempció del segle?
Què dirà de la perdició dels dies?
Sempre quaresma, quasi sempre
febrer. Febrer i
matinada: sota els passos, altres passos discorreran -
sabrien de la repercussió de les algues? sabrien del buidament dels dies?
Mer funcionari de l'Absolut, mans en la butxaca
de l'oceà (finestres moresques en els canals. Els esglaons de marbre
d'una església baixen fins a la superfície de l'aigua. A la gatzoneta
un captaire estén el capell, lamentant-se de la seua penúria,
mostrant el blanc dels ulls - com si fos cec), vell i
sifilític, vol passar - però no passa- la seua llengua
per les parets grogues, vol fer-se amant
de la perduda arquitectura. Ser-se el port de la ciutat, la seua
platja,
el seu buidament ferroviari.
Vol somiar-la en els seus dies de batalla
(però no pot: ja no somia, no batalla). Palafit
sobre el temerós rellotge d'aigua - no corrent, sinó salobre,
insalubre. Temps fètid, potable: eternullité.
Venezia-Mestre
Venezia-Santa Lucia
Comerç de passats navegables:
en cada pedra viu l'ombra de Perseu,
impenitent, despenyat arcàngel.
Ni secrete excrements, sacraments,
ni perseguesc la bellesa de la ciutat.
Navegues
perquè has de navegar.
Intenta navegar, intenta
navegar.
(Fèmina
puixant, civilització:
odi quest'elegia tutta fatta
d'improperi!)
Cúpules gemeguen sota les aigües
quietes.
Vull carregar en la butxaca, com un talismà,
la llum esmorteïda d'aqueixa lluna sangonosa,
semibovemque virum semivirumque bovem.
Entrem al palau per la porta
de les profunditats, laberint - motus animi continuus:
C'è la nebbia che ci cancella.
- Sempre va viure així.
(Va morir així.)
- També des del punt de vista personal, l'Art és una vida més intensa.
- La travessia serà breu. Tant de bo fos per a sempre.
- ... clandestines i perverses aventures en les aigües nocturnes,
i encara més en la pròpia mort, en fèretres, en enterraments foscos,
en el silenci de l'últim viatge.
- Qui morirà primer?
- Fràgil, tan fràgil... no viurà per molt temps.
- Només una mesura preventiva,
cavaller.
(Navegues perquè has de navegar)
Nus, jo i tu,
Salomé, repenjats en el sofà. He d'acariciar
les teues venes varicoses, vagarejar el carreró, recordar el carreró,
ressonar el carreró en la boira de la matèria: rebentar
en les places de la ciutat, ejacular en la plaça, com ens complau
la plaça. Perquè has de navegar.
Fecundem de memòria
cada pedra, cada golfa sense teulada. La flaire greu de la marea
nocturna va pervertir les nostres converses. Ens asseguem a l'escala,
en el segon o tercer esglaó (de dalt abaix) i,
memoriosos, dubtem de la mentida d'aqueixa vida. Habitaríem
aquelles pedres, en un futur inexistent (com han de ser
tots els temps) - organismes microscòpics
resistint contra el cosmos. Repartim, com en un banquet,
la retenció marina. Proclamem, en fanfares triomfals,
la nostra nova, biològica existència intestina.
The unpurged images of day recede. Night
resonance recedes.
Then I call it death-in-life and life-in-death.
(Si naixem després de la catàstrofe.)
Perdonem el buidament de l'aurora, penitenciem el crepuscle.
Noi parliamo della vita riconvulsa. (De pressa, per favor...
És tard! Tadzio és mort.)
Mein Erwählter,
pelegrí traductor de pedres i poemes:
dans ses pierres écroulantes la forme précise de Byzance.
(Tendrá, tal vez, la forma exacta de la decadencia
que llamamos Occidente. Sobre la pilastra
de Sant Marc ja no es posa
cap fènix.)
Je vivais à l'époque où
finissaient les rois.
Ombres i ruïnes,
anònims per les cambres
dividint coixins,
travessies: Grand Hôtel du Abîme -
Infini, montre un peu tes papiers!
Vaig
tenir dificultat per a respirar
com si els bronquis es perderen
en un sac gris de cartó.
(Era
una ciutat molt antiga
érem joves,
i res hi era senzill.)
Toquegem el colapse,
celebrem la supervivència.
Mínims apocalipsis,
eclipsis parcials.
Pompa i joia per als fantasmes del crepuscle.
(Has
de nevegar, intenta navegar.)
Mai coneixerem
la decadència i caiguda de qualsevol imperi.
Mai coneixerem
qualsevol imperi sobre la terra.
Ni regnes ni ruïnes.
Mai coneixerem
el foc ingenu de la destrucció,
flames que recorren
la ciutat com gossos.
Gosses canceroses porten
captaires nus a les mamelles.
Per la ciutat fictícia
no caminarem (som fets a imitació de la por).
Lingue varie, lingue orribile:
qui dirà de les seues vides? "Un café?" "Quantes vides?"
Quants anys havien passat? Quants anys
passaran? Qui, sepultat en l'ampolleta, va veure el seu temps
vinculat als grans d'arena,
cada cèl·lula
consagrada al sacrifici, pels segles i sexes
travestibles,
de mesurar-se per l'estret orifici de l'ampolleta
(Bòsfor, Màrmara, Dardanels).
És del tamany de tu mateix, ja no tens preu:
jo sóc temps
Jo sóc temps.
JO SÓC TEMPS.
Coneixes altres ciutats, camines
sempre a l'ombra dels meus passos, ja estàs cansat
(quant costa un passatge? qui paga?
Ja no sé més, potser saberes,
no et vaig dir? Quant de temps... Quant de temps?), sí,
tan bé coneixes: viles o metròpolis,
no importa, mentre que
es mesuren per l'altura del meu cant;
altra ciutat amb el seu propi cant
mític i les seues moltes ambulàncies,
sirenes d'un nou encís:
qui em crida, són tantes, ja no sent;
per què canten encara? Canten encara?
(Mes qui de Troia retornara
ja va seguir endavant, molt abans,
molt abans.
I, si no descansa, atordit cal que
vaja a noves terres;
però una vegada refutarà el seu
fantasmagòric envit.)
Anacròniques amants
del que hi ha per darrere del laberint:
qui dirà, d'escoltar el seu cant, quanta desesperació fou precisa?
Àdhuc si ja no pots - última supervivent -
míser et predique:
canta en prosa.
Al pèlag fuliginós pregaré
desgràcies:
que m'esculpesca un fat èpic:
millor figura es faria en aqueixes festes,
entre gots de mentida i converses.
Reivindica, amiga, el teu tros de
misèria.
(Zaubrisches Rosengewölk?
Scwärzlicher Fliegenschwarm...)
- Aquells d'entre vosaltres...
(Dos cafés més tard, mitja Sachetorte:)
- És ben possible que,
en el dia del Judici,
aquesta tonalitat s'escampe pel cel i
per la terra.
Venezia-Mestre
Venezia-Santa Lucia
Navegues
perquè has de navegar.
Intenta navegar, intenta
navegar.
Navegues
perquè has de navegar.
Intenta navegar, intenta navegar.
"En aquesta ciutat, no conec
ningú."
Vam venir per a enterrar els morts.
No hi ha més morts insepults?
De quina pèrdua som part?
Quina pèrdua ens pertany?
Marea
ascendent
Lluna minvant
Marea baixant
Lluna creixent
Perquè has de navegar.
-
Qualsevol moviment
al llarg d'una superfície plana
que no siga dictat per la
necessitat física...
siga la construcció d'un imperi o
un viatge turístic...
- La caiguda d'Stalingrad fou la fi
d'Europa.
Púrpura
i daurat
Púrpura
i daurat
Potser espills pels sostres,
violins per les calles,
altres coses vulgars per a
estimular
el flux de turistes? Potser una posta de sol
emmarcada?
Púrpura
i daurat
Púrpura
i daurat
Navegues
perquè has de navegar.
Has de navegar. Intenta navegar.
Perquè has de navegar.
"2
d'agost. Alemanya va declarar la guerra a Rússia.
A la tarda, vaig anar a
nadar."
[Traducció de Joan Navarro]
[
Eduardo Sterzi, Porto Alegre, 1973. A més de poeta, és periodista i crític
literari. En 2001 publicà el seu primer llibre de poemes, Prosa
(IEL/CORAG). Poemes seus han aparegut a les revistes Inimigo Rumor, Poesia
Sempre i CULT i al diari Folha de S. Paulo.
Actualment viu a São Paulo i realitza el doctorat en Teoria i Història
Literària a la Universitade Estadual de Campinas (UNICAMP), amb la tesi sobre
la Vita nuova de Dante Alighieri. Edita, amb Tarso de Melo, la
revista Cacto, el primer número de la qual eixirà el juliol de 2002, i
el fanzine Nasdaq, publicat des d'abril d'enguany. Coordinador en sèrieAlfa núm.
14 de FLUXO DE LINGUAGEM 20 poetas brasileiros
contemporâneos.]
Ì£
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