[Sérgio Alcides]

 

(Rio de Janeiro, 1967) Pesquisador e professor universitário, mora em São Paulo desde 1998. Publicou dois livros de poesia, Nada a ver com a lua (Sette Letras, 1996) e O ar das cidades (Nankin, 2000). Com Ronald Polito, traduziu Poemas civis, de Joan Brossa, e Almanaque das horas e outros escritos, do mexicano Julio Torri. Os poemas aqui publicados encontram-se originalmente em O ar das cidades.

 

[(Rio de Janeiro, 1967) Investigador i professor universitari, viu a São Paulo des de 1998. Publicà dos llibres de poesia, Nada a ver com a lua (Sette Letras, 1996) i O ar das cidades (Nankin, 2000). Amb Ronald Polito, va traduir Poemas civis, de Joan Brossa, i Almanaque das horas e outros escritos, del mexicà Julio Torri. Els poemes aquí publicats es troben originalmente en O ar das cidades.]

 

Lembrança / Record
Às minhas costas /
A la meua esquena

 

 

LEMBRANÇA

 

Está combinado: lembrei. 

Mergulho numa lacuna,
escolho a forma do nado. 

Meu cardume sai comigo, vermelho,
de mim, do aquário derramado 

na água preta do seu próprio lago
– que nos
reúne.                                                                                                                             

 

 

ÀS MINHAS COSTAS

 

As portas do metrô mastigam
o ar condicionado. 

Estou em trânsito, com os demais.
Percorremos a rede incorpórea
que há de permanecer. 

Não se ultrapassa a linha amarela.
Nada cheira. E a escada rolante
– áspera via – até se alegoriza 

ao conduzir-nos de volta ao simulacro
passageiro das avenidas. 

Na saída, ponho os óculos escuros.                                                                                     
 

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[RECORD]

 

D'acord: vaig recordar.

Em capbusse en una llacuna,
escull la forma de natació.

El meu banc de peixos ix amb mi, vermell,
de mi, de l'aquàrium vessat

a l'aigua negra del seu propi llac
- que ens reuneix.

 

[Traducció de Joan Navarro]

 

 

[A LA MEUA ESQUENA]

 

Les portes del metro masteguen
l'aire condicionat.

Estic de trànsit, com els altres.
Recorrem la xarxa incorpòria
que ha de romandre.

No s'ultrapassa la línia groga.
Res fa olor. I l'escala mecànica
- escarpat camí - també s'al·legoritza

en conduir-nos de tornada al simulacre
passatger de les avingudes.

A l'eixida, em pose les ulleres de sol.

 

[Traducció de Joan Navarro]

 

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