DA

Desnascer | Desnéixer | sèrieAlfa núm. 100 

 

 

Imatge: Cesc Navarro

 

 

Margarida Vale de Gato

 

Janela de emergência

X-ato

 

Finestra d’emergència

Cutt-ex

 

Ventana de emergencia

Cutt-ex

 

Fenêtre de secours

Cutt-ex

 

 

 

Port1

Janela de emergência

 

quebra antes

que se exija um plano

de prestações de deveres de férias de escalada 

de violência

ou danos a terceiros

ou nos lesem ao apanhar-nos despidos e tocados

ou nos passe pela cabeça ser exemplo

contrapoder

ou símbolo ou eternos ou anteriores

 

antes

que demores teus olhos brilhantes na minha aparição

e eu não mais fugaz

imprevista entre 

monótonos um desleixo

entre meticulosos desça

na condição de antes

quebra

 

se te anuncio à noite meu mergulho no tanque 

semi-fluorescente espaçoso azul

nas traseiras de onde dançam os convidados da boda

esperando que vejas o desejo de que me sigas

no porte cerimonioso 

com que esfarelo migalhas no deserto

enluarada pela hipótese de isto ser perene

 

quebra

neste estado altamente inflamável

do mundo-mina fóssil esta paixão

antes que isto estoure

e termine numa questão de tempo 

aquém de agapé

ou outro escalão grego menos eufórico e efémero

ou seja cinza (e se for fértil?)

 

quebra antes

que te convide por uma trilha

entre penedos e quase extintas feras

e nativos sabedores da seiva e suas beberagens de selva

ou viagens entre estrelas regressivas

até quando eu a fonte e tu o fogo que germinam

no ingresso do universo 

e receio digas não

amo-te quebra

 

antes de me ser pesado rodar as pétalas 

constantemente para o teu foco

me seja impossível rimar pólen com éden

se alumiem os cometas do sofrimento

ou eu acumule rancor 

irrazoável pelo que falha

quebra

 

e vai

com a nossa queimada (ou se for arável?)

 

Port2

X-ATO

 

É altruísmo,

complacência

hubris ou satori

logo eu, aceitar

escrever polidamente

versos a perfurar

o nervo do mundo?

Ter vaidade ou servir

público de todas as idades

(recearei, como Brel,

definhar baladeira

poétesse pour des gens

finissants

se o que mais queria era

ser bela e sacana também

ao menos uma hora inteira)

 

sem contar com o pó

que o meu ex me tem

(radical não é para canalha

sublime não se abardina

poesia não é telefonia)

 

Antes marimbávamo-nos

para a salvação mansinha

tínhamos o amor absoluto

e o desprezo bruto

tínhamos precipícios

convenção abaixo

e fraternidade acima

— ou disso nos gabávamos

mas nem pestanejaríamos

por seviciar uma galdéria

em nome do assunto sério

e candente da arte

 

Avante, como se queria,

e tanto que se balança

num castelo assombrado

por fantasmas desses dias

nossos corpos — não talhados

para os mútuos lançamentos

às jugulares do espírito —

ganhando bafio como frascos

de sofrimento azedo

e espessas películas,

paralisados os braços

pelos pulsos luminosos

da líbido

 

Houve, sim, igualmente primavera

em nossas vidas paralelas

— traças fugazes

pairamos na ascensão,

lepidópteros,

de que faz troça

a luz

 

Então escolhes os copos

raspando das ressacas

o oleoso rancor

a transbordar na tremura

das minhas asas

           — tive de espalmar

o teu torcido caráter

esfarelá-lo entre páginas

de linhas más

           feias, pequenas.

 

Então eis-me chegada

a escrever poesia

para telefonia

multilingue e com contrato

de universal simpatia

           — propagação inoxidável

pelo ar

sem profano resvalo, faca

na ferida, salto no calo —

estipêndio à peça

sem contar

           que cínica

 

me havias de achar, meu doce

amante hypocrite

devasso leitor

que eu não desdenharia

seviciar

 

pelo meu verso perfurante.

 

Margarida Vale de Gato nasceu em Vendas Novas em 1973. Traduz, escreve, é professora na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e investigadora no Centro de Estudos Anglísticos da mesma instituição. Transpôs para português Henri Michaux, Nathalie Sarraute, Yeats, Charles Dickens, Mark Twain, Marianne Moore, Jack Kerouac, Sharon Olds, Louise Glück, entre outros autores. Tem publicado ensaios dentro das suas áreas de especialidade, como Translated Poe e Anthologizing Poe (coorganização com Emron Esplin, 2014 e 2020). Na sua obra literária, contam-se os livros de poesia Lançamento (2016), a peça de teatro Desligar e Voltar a Ligar (com Rui Costa, 2011) e Mulher ao Mar. Este último é um projeto poético com atualizações periódicas (Mulher ao Mar Retorna em 2013 e Mulher ao Mar e Grinalda em 2018); Mulher ao Mar Brasil (2021) é a sua primeira encarnação transatlântica.

 

 

100

 

Cat1

Finestra d’emergència

 

trenca-la abans

que s’exigeixi un pla

de prestacions de deures de vacances d’escalada

de violència

o danys a tercers

o ens lesionin en agafar-nos despullats i tocats

o ens passi pel cap ser exemple

contrapoder

o símbol o eterns o anteriors

 

abans

que demoris els teus ulls brillants en la meva aparició

i jo ja no fugaç

imprevista entre

monòtons una deixadesa

entre meticulosos descendeixi

a la condició d’abans

trenca-la

 

si t’anuncio a la nit el meu capbussó en la bassa

semifluorescent ampla blava

en la part del darrere d’on ballen els convidats de la boda

esperant que vegis el desig que em segueixis

en el posat cerimoniós

 

amb què esmico engrunes de pa en el desert

enllunada per la hipòtesi que això és perenne

 

trenca-la

en aquest estat altament inflamable

del món-mina fòssil aquesta passió

abans que això esclati

i acabi en una qüestió de temps

sense arribar a agapé

o a un altre nivell grec menys eufòric i efímer

o sigui cendra (i si fos fèrtil?)

 

trenca-la  abans

que et convidi per una sendera

entre penyes i quasi extintes feres

i natius sabedors de la saba i dels seus beuratges de selva

o viatges entre estrelles regressives

fins quan jo la font i tu el foc que germinen

a l’entrada de l’univers

i temo que diguis no

t’estimo trenca-la

 

abans que em sigui pesat rodar els pètals

constantment cap al teu focus

em sigui impossible rimar pol·len amb edèn

s’il·luminin els cometes del patiment

o jo acumuli rancor

irraonable pel que falla

trenca-la

 

i ves

amb la nostra cremada (o si fos arable?)

 

Cat2

CUTT-EX

 

És altruisme,

complaença

hubris o satori

que em toca mi, acceptar

escriure polidament

versos perforant

el nervi del món?

Tenir vanitat o servir

públic de totes les edats

(recelaré, com Brel,

llanguir trobadoresca

poétesse pour des gens

finissants

si allò que més volia era

ser bella i trapella també

almenys una hora sencera)

 

sense comptar amb l’antipatia

que em té el meu ex

(radical no és per a un canalla

sublim no s’envileix

poesia no és telefonia)

 

Abans ens rèiem de la virolla

per a la salvació molt amansida

teníem l’amor absolut

i el menyspreu brut

teníem precipicis

convenció a baix

i fraternitat damunt

— o d’això ens vanagloriàvem

però ni parpellejaríem 

per maltractar brutalment una meuca

en nom de l’assumpte seriós

   i candent de l’art

 

Avant, com es volia,

i tant que es balanceja

en un castell embruixat

per fantasmes d’aquests dies

els nostres cossos — no tallats

per als mutus llançaments

a les jugulars de l’esperit —

adquirint floridura com flascons

de patiment agre

i espesses pel·lícules,

paralitzats els braços

pels polsos lluminosos

de la libido

 

Hi hagué, sí, igualment primavera

en les nostres vides paral·leles

— arnes fugaces

voleiem en l’ascensió,

lepidòpters,

de què es burla

la llum

 

Aleshores tries els gots

rascant de les ressaques

l’oliós rancor

transbordant en el tremor

de les meves ales

           —vaig haver d’aplanar

el teu recargolat caràcter

esmicolar-lo entre pàgines

de línies més

           lletges, petites.

 

Aleshores aquí em tens arribada

escrivint poesia

per a telefonia

multilingüe i amb contracte

d’universal simpatia

           —propagació inoxidable

per l’aire

sense profana lliscada, ganivet

en la ferida, salto en el call—

estipendi a preu fet

sense comptar

           que cínica

 

m’havies de trobar, dolç amant

meu hypocrite

cràpula lector

que jo no desdenyaria

maltractar brutalment

 

pel meu vers perforant.

 

Margarida Vale de Gato va nàixer a Vendas Novas el 1973. Tradueix i escriu, és professora en la Facultat de Lletres de la Universitat de Lisboa i investigadora en el Centre d’Estudis Anglesos d’aquesta mateixa institució. Ha traduït al portuguès Henri Michaux, Nathalie Sarraute, Yeats, Charles Dickens, Mark Twain, Marianne Moore, Jack Kerouac, Sharon Olds, Louise Glück, entre d’altres autors. Ha publicat assajos com Translated Poe e Anthologizing Poe (coorganitzat amb Emron Esplin, 2014 i 2020). Autora dels llibres de poesia  Lançamento (2016) i Mulher ao Mar. Aquest darrer és un projecte poètic amb actualitzacions periòdiques: Mulher ao Mar Retorna en 2013 i Mulher ao mar e grinalda en 2018; Mulher ao Mar Brasil (2021) és la seva primera encarnació transatlàntica. És autora, amb Rui Costa, de la peça de teatre Desligar e voltar a ligar (2011).

 

[Traducció de Joan Navarro]

 

 

100

 

Esp1

Ventana de emergencia

 

rómpela antes

de que se exija un plan

de prestaciones de deberes de vacaciones de escalada 

de violencia

o daños a terceros

o nos lesionen al cogernos desnudos y tocados

o se nos pase por la cabeza ser ejemplo

contrapoder

o símbolo o eternos o anteriores

 

antes

de que demores tus ojos brillantes en mi aparición

y yo no más fugaz

imprevista entre 

monótonos una dejadez

entre meticulosos descienda

a la condición de antes

rómpela

 

si te anuncio por la noche mi chapuzón en la balsa 

semi-fluorescente ancha azul

en la parte de atrás de donde bailan los invitados de la boda

esperando que veas el deseo de que me sigas

en el ademán ceremonioso

con que desmenuzo migajas de pan en el desierto

iluminada lunarmente por la hipótesis de que esto sea perenne

 

rómpela

en este estado altamente inflamable

del mundo-mina fósil esta pasión

antes de que esto estalle

y termine en una cuestión de tiempo 

sin llegar a agapé

o a otro nivel griego menos eufórico y efímero

o sea ceniza (¿y si fuese fértil?)

 

rómpela antes 

de que te invite por un sendero

entre peñas y casi extintas fieras

y nativos sabedores de la savia y sus brebajes de selva

o viajes entre estrellas regresivas

hasta cuando yo la fuente y tú el fuego que germinan

a la entrada del universo

y recelo que digas no

te quiero rómpela

 

antes de que me resulte pesado rodar los pétalos

constantemente hacia tu foco

me sea imposible rimar polen con edén

se iluminen los cometas del sufrimiento

o yo acumule rencor

irrazonable por lo que falla

rómpela

 

y ve

con nuestra tierra quemada (¿o si fuese arable?)

 

Esp2

CUTT-EX

 

¿Es altruismo,

complacencia

hubris o satori

que me toca a mí, aceptar

escribir delicadamente

versos perforando

el nervio del mundo?

Tener vanidad o servir

público de todas las edades

(recelaré, como Brel,

marchitar trovadoresca

poétesse pour des gens

finissants

si lo que más quería era

ser bella y trapacera también

al menos una hora entera)

 

sin contar con la antipatía

que me tiene mi ex

(radical no es para canalla

sublime no se envilece

poesía no es telefonía)

 

Antes nos reíamos de todo

para la salvación mansita

teníamos el amor absoluto

y el desprecio bruto

teníamos precipicios

convención abajo

y fraternidad encima

— o de eso nos vanagloriábamos

pero ni pestañearíamos  

por maltratar brutalmente una ramera

en nombre del asunto serio

 y candente del arte

 

Adelante, como se quería,

y tanto que se balancea

en un castillo embrujado

por fantasmas de estos días

nuestros cuerpos — no cortados

para los mutuos lanzamientos

a las yugulares del espíritu —

adquiriendo moho como frascos

de sufrimiento agrio

y espesas películas,

paralizados los brazos

por los pulsos luminosos

de la libido

Hubo, sí, igualmente primavera

en nuestras vidas paralelas

— polillas fugaces

revoloteamos en la ascensión,

lepidópteros,

de las que se burla

la luz

 

Entonces escoges los vasos

rascando de las resacas

el oleoso rencor

transbordando en el temblor

de mis alas

           —tuve que aplanar

tu retorcido carácter

desmenuzarlo entre páginas

de líneas más

           feas, pequeñas.

 

Entonces aquí me tienes llegada

escribiendo poesía

para telefonía

multilingüe y con contrato

de universal simpatía

           —propagación inoxidable

por el aire

sin profano resbalón, cuchillo

en la herida, salto en el callo—

estipendio a destajo

sin contar

           que cínica

 

me habías de encontrar, mi dulce

amante hypocrite

crápula lector

que yo no desdeñaría

maltratar brutalmente

 

por mi verso perforante.

 

Margarida Vale de Gato nació en Vendas Novas en 1973. Traduce y escribe, es profesora en la Facultad de Letras de la Universidad de Lisboa e investigadora en el Centro de Estudios Ingleses de esta misma institución. Ha traducido al portugués a Henri Michaux, Nathalie Sarraute, Yeats, Charles Dickens, Mark Twain, Marianne Moore, Jack Kerouac, Sharon Olds, Louise Glück, entre otros autores. Ha publicado ensayos como Translated Poe e Anthologizing Poe (organizado con Emron Esplin, 2014 y 2020). Autora de los libros de poesía Lançamento (2016) y Mulher ao Mar. Este último es un proyecto poético con actualizaciones periódicas: Mulher ao Mar Retorna en 2013 y Mulher ao mar e grinalda en 2018; Mulher ao Mar Brasil (2021) es su primera encarnación transatlántica. Es autora, con Rui Costa, de la obra de teatro Desligar e voltar a ligar (2011).

 

[Traducción: Joan Navarro]

 

 

100

 

Fr1

Fenêtre de secours

 

Casse-la avant

que ne soit requis un plan

de prestations de devoirs de vacances d’escalade

de violence

ou de dommages à des tiers

ou qu’on nous blesse en nous attrapant nus et touchés

ou que nous vienne à l’esprit d'être un exemple

contre-pouvoir

ou un symbole ou éternels ou antérieurs

 

avant

que tu ne poses tes yeux brillants sur mon apparition

et que moi déjà plus fugace

imprévue parmi

des monotones une nonchalance

entre méticuleux je descende

à  la condition d’avant

casse-la

 

si je t’annonce la nuit mon plongeon dans le bassin

semi-fluorescent spacieux bleu

dans la partie arrière où dansent les invités du mariage

en espérant que tu voies le désir que tu me suives

dans une allure cérémonieuse

avec lequel j’émiette des miettes dans le désert

éclairée par l’hypothèse  que cela soit pérenne

 

casse-la

dans cet état hautement inflammable

du monde- mine fossile  cette passion

avant que cela  n’éclate

et  finisse en un rien de temps

sans arriver à agapé

ou à un autre niveau grec moins euphorique et éphémère

ou soit cendre (et si elle était fertile ?)

 

casse-la avant

que je ne t’invite sur un sentier

entre des rochers et des bêtes féroces presque éteintes

et des natifs informés de la sève et leurs potions de  jungle

ou des voyages entre des étoiles régressives

jusqu’à ce que moi la source et que toi le feu qui germent

à l’entrée de l’univers

et je crains que tu dises non

je t’aime, casse-la

 

avant qu’il ne soit trop pesant pour moi de tourner les pétales

constamment vers ton point de mire

qu’il me soit impossible de faire rimer pollen avec Eden

que s’allument les comètes de la souffrance

ou que je cumule de la rancœur

déraisonnable pour ce qui échoue

casse-la

 

et pars

avec notre brûlis (ou s’il était cultivable ?)

 

Fr2

CUTT-EX

 

C’est de l’altruisme,

de la complaisance

hubris ou satori

c’est mon tour, d’accepter,

d’écrire soigneusement

des vers pour transpercer

le nerf du monde ?

Avoir de la vanité ou servir

un public de tous les âges

(je craindrai, comme Brel,

de languir en trouveresse

poétesse pour des gens

finissants

si ce que je voulais le plus c’était

d’être belle et fourbe aussi

au moins une heure entière)

 

sans compter  l’antipathie

que mon ex ressent pour moi

(le radical  n’est pas pour une canaille

le sublime ne s’avilit pas

la poésie n’est pas de la téléphonie)

 

Avant on se moquait de nous- mêmes

pour le salut paisible

nous avions l’amour absolu

et le mépris brut

nous avions des précipices

convention en bas

et fraternité en haut

— ou nous nous vantions de cela

mais nous ne clignerions même pas des yeux 

pour maltraiter une débauchée

au nom du sujet sérieux

   et brûlant  de l’art

 

Avant, comme on le voulait,

bien sûr il se balance

dans un château hanté

par des fantômes de ces jours-là

nos corps — non taillés

par les assauts mutuels

aux jugulaires de l’esprit —

s’imprégnant de moisissure  comme des flacons

de souffrance aigre

et d’épaisses pellicules,

les bras paralysés

par les pouls lumineux

de la libido

 

Il y a eu, oui, également le printemps

dans nos vies parallèles

— mites fugaces

nous planons dans l’ascension,

lépidoptères,

dont se moque

la lumière

 

Alors tu choisis les verres

en grattant des lendemains de cuite

la rancœur huileuse

débordant dans le tremblement

de mes ailes

           —j’ai dû aplanir

ton caractère tordu

l’émietter entre des pages

de lignes plus

           laides, petites.

 

Alors me voici arrivée

écrivant de la poésie

pour la téléphonie

multilingue et avec un contrat

d’universelle sympathie

           —propagation inoxydable

dans l’air

sans glissement profane, couteau

dans la blessure, saut dans la gorge—

rémunération à la pièce

sans compter

           comme tu devais me trouver

 

cynique, mon doux

amant hypocrite

lecteur dissolu

que je ne rejetterais pas

de torturer brutalement

 

avec mon vers perçant.

 

Margarida Vale de Gato est née à Vendas Novas en 1973. Elle traduit, écrit, enseigne à la Faculté des Lettres de l'Université de Lisbonne et est chercheuse au Centre d'études anglaises de la même institution. Elle a traduit en portugais Henri Michaux, Nathalie Sarraute, Yeats, Charles Dickens, Mark Twain, Marianne Moore, Jack Kerouac, Sharon Olds, Louise Glück, entre autres. Elle a publié des essais dans ses domaines de spécialité', tels que Translated Poe et Anthologizing Poe (co-organisé avec Emron Esplin, 2014 et 2020). Son œuvre littéraire comprend les recueils de poésie suivants : Lançamento (2016), la pièce de théâtre Desligar e Voltar a Ligar (avec Rui Costa, 2011) et Mulher ao Mar. Ce dernier est un projet poétique avec des mises à jour périodiques (Mulher ao Mar Retorna en 2013 et Mulher ao Mar e Grinalda en 2018) ; Mulher ao Mar Brasil (2021) est sa première incarnation transatlantique.

 

[Traduction: Dolors Català]

 

 

100

 

 

| a | entrada | Llibre del Tigre | sèrieAlfa | varia | Berliner Mauer